segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Projeção

Me encantei com o belo sem olhar o que mais ele tinha de beleza,
Projetei nessa imagem o que queria que fosse de fato.
De fato, sem traço ele não era.
Contudo quão egoísta eu fui,
Sem permitir que se revelasse como "ser".

Me prendi à imagem que eu queria que ele fosse
E o ele, coitado, atado pelos meus "achaques" resolveu por deixar-me com minha ilusão.

Quando o personagem que criei não tinha mais forças de viver,
o traço se borrou e a figura não me pareceu tão bela.

De impulso, assim, meio sem pensar - meio sem sentir,
Atirei culpas ao outro,
Derramei culpas ao mundo...
Sendo que culpas só pertencia a mim
por ter podado uma rosa de se mostrar.

Hoje, brotando em outro jardim, a rosa cresce
e cresce lindamente.
E vejo com um misto de admiração e nostalgia.

Ele cresce agora em outro quintal.

Um comentário:

  1. Não sei se as nossas referências culturais são as mesmas, só sei que novamente você escreveu alguma coisa que eu já senti, já li, enfim deve ser porquê é uma coisa corriqueira a qual cansamos de ver , sentir ou mesmo viver ...
    Parabéns por traduzir em palavras o que com sentimentos não conseguimos definir ...

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